Marcelo Santos das Dores ou mais conhecido como Menor P, Poeta e Astronauta.
Chefe do tráfico no conjunto de favelas do Complexo da Maré e principal líder nas ruas da facção Terceiro Comando Puro.
Geralmente os leitores pedem para comentar sobre onde os traficantes nasceram e se criaram na vida do crime, o caso do Menor P é igual á grande maioria que é muito difícil de saber.
Muitos dizem que ele é nascido e criado na favela do Jacaré, mas começou a sua vida de crimes na Baixa do Sapateiro e no morro do Timbau no Complexo da Maré.
Menor P era um ex-paraquedista da brigada militar, onde fez parte da equipe de 2000.
Começo no Crime
Antes de se envolver no tráfico de drogas, o Menor P (como era conhecido) já trabalho como Office-Boy e tinha o sonho de virar um jogador de futebol.
Mas não conseguiu concretizar o seu sonho, como 99% dos jovens que tentam a vida como jogador de futebol profissional.
Foi seduzido pela vida fácil do crime e virou “olheiro” no tráfico da Baixa do Sapateiro no Complexo da Maré
Prisão
Em 2003, Menor P foi capturado junto com o traficante Facão na favela do Acari.
Na ocasião ele era apenas um dos seguranças do chefe do tráfico da Baixa do Sapateiro e do Morro do Timbau. Como tinha uma formação militar e usava sua disciplina militar no tráfico, ganhou destaque no grupo de traficantes do Facão, junto com seu irmão Fabiano Santos de Jesus, conhecido como Zangado ou Pança.
Menor P negociando propina quando atuava só na Baixa do Sapateiro
Em 2007 recebeu o benefício do semiaberto e não retornou mais ao instituto penal Plácido Sá de Carvalho, onde cumpria pena desde 2003.
Voltou a atuar no tráfico da Baixa do Sapateiro e do Morro do Timbau, mas como um braço direito do Facão, pois ainda não tinha recebido o cargo de chefe que é atualmente.
Menor P ou Asronauta |
Quando a Baixa do Sapateiro e o morro do Timbau foi dominado pelo CV, o Menor P se abrigou em Senador Camará, e viveu por muito tempo naquela região até o TC e ADA retomar as comunidades então perdida da Maré.
Em Camará ele aprendeu a ser traficante com Robinho Pinga e o Matemático.
Mas desde então não era tão importante para as autoridades do Rio de Janeiro, era apenas um traficante qualquer que tinha fugido do presídio, onde qualquer momento poderia ser recapturado.
Começou a ganhar uma notoriedade na facção depois da guerra pela Vila do Pinheiro e Vila do João no Complexo da Maré.
Facão |
Uma guerra que foi iniciada pelo Facão e Matemático, que eram as principais cabeças nas invasões do reduto do ADA no Complexo da Maré.
Depois que o Facão foi preso no Guarujá – São Paulo em 2009 – meses depois de tomar a Vila do Pinheiro, o Menor P ficou encarregado de dar continuidade nas invasões e tomar o controle do tráfico na Vila do João, local que a facção ADA tinha resistido às invasões até o momento.
Como a ADA estava sofrendo uma briga interna na Maré, chamando a mídia com as invasões suicidas na Vila do Pinheiro, que já estava dominada pelo TCP, a policia tratou de acabar de vez com essa guerra e realizou uma operação na Vila do João.
Os traficantes do Terceiro Comando Puro liderado pelo Menor P e pelo Matemático, aproveitaram a operação e entraram na Vila do João expulsando os seus rivais do ADA. A operação encerrou e o TCP permaneceu.
O Império na Maré foi formado e o Menor P foi nomeado o homem responsável para chefiar todas as comunidades que a facção conseguiu tomar.
Ajudado pelos traficantes de Senador Camará e Acari, os traficantes Menor P, Carrapato, Chapoca e Mangolê conseguiram finalmente firmar a facção Terceiro Comando Puro no Complexo da Maré.
Chapoca e Mangole |
Toda a parte sul do complexo da Maré ficou nas mãos do Menor P, que foram as comunidades do Morro do Timbau, Baixa do Sapateiro, Vila do Pinheiro, Vila do João, Palace, Salsa e Merengue, conjunto Esperança, Nova Maré e Parque Maré. (podem existir mais)
Constelação do Astro
Sendo responsável por uma área enorme no Complexo da Maré, o Menor P nomeou traficantes para cada comunidade da Maré.
A função era administrar as bocas de fumo da comunidade que ficou responsável, mas sempre prestando contas ao Menor P, que por sua vez prestava contas ao Facão, que se encontrava preso!
Seus principais homens de confiança nomeados para administras essas comunidades, foram os: Zangado (irmão), Bill, Drogadão, Tavito, Chocolate, Silvestre, Pescador, TH e entre outros.
Acordo de Paz com a Nova Holanda
Para dar um fim na guerra entre a Baixa do Sapateiro e a Nova Holanda (CV) (fazem divisa), o Menor P começou a estudar um acordo de Paz entre as comunidades.
Foi com um exército de homens até o valão que divide a Baixa do Sapateiro com a Nova Holanda, e convocou os chefes do tráfico da Nova Holanda para fazer um acordo de Paz.
Na tentativa de impressionar os rivais com as sua disciplina militar, ele obrigou um soldado a fazer flexões na frente das duas facções, porque ele tinha derrubado um carregador de Fuzil.
Essa ordem impressionou os soldados da Nova Holanda, e o Menor P usou toda sua “lábia” e conseguiu recrutar soldados da Nova Holanda para Baixa do Sapateiro, entre eles estava o traficante conhecido como Mimi.
Mas as ordens do Menor P eram rígidas de mais, pois os seus soldados não poderiam se drogar no meio do plantão ou em atividade na comunidade.
O Mimi desrespeitou essa ordem e foi expulso da Baixa do Sapateiro.
O Mimi desrespeitou essa ordem e foi expulso da Baixa do Sapateiro.
Quando voltou a Nova Holanda ele não foi perdoado, foi esquartejado e virou até Hit de Funk Proibido, conhecido como Massacre da Serra Elétrica.
Na ocasião os chefes do Parque União e do Comando Vermelho não gostaram do acordo de Paz proposto pelo Terceiro Comando Puro da Baixa do Sapateiro, e deixaram tudo como estava, ou seja, “eles lá e nós aqui”.
Outra história que chamou atenção da mídia foi à extorsão do traficante Menor P.
Ele teria pedido uma quantia aproximada de 200 mil reais para que a construção de uma Via continuassem na sua comunidade.
Obviamente que negaram a pagar e a mídia ficaram em cima do traficante.
E todo mundo começou a conhecer o chefe do tráfico no Complexo da Maré.
E todo mundo começou a conhecer o chefe do tráfico no Complexo da Maré.
Importância no TCP
Depois da proposta de Paz, da extorsão e de chamar atenção pelos atos disciplinares que era aplicado no seu exército, a mídia começou a dar importância para Menor P.
Até no ritmo da música Funk o traficante começou a ser conhecido, com vários Hits do Youtube com milhares de visualizações e download, onde os Mc’s citavam músicas fazendo referência ao Menor P e seu exército criminoso na Maré.
Ficou mais conhecido como Astronauta.
Baile de 2 anos do TCP no Complexo da Maré
Tentativa de invasão no Complexo do Caju
Do lado do complexo da Maré tem o Complexo do Caju, que continuou nas mãos do ADA, abrigando vários traficantes que foram expulsos na época da Guerra na Maré.
Era comum o Astronauta descer com seu exército até o complexo do Caju para invadir a comunidade. O tiroteio acontecia, os moradores ficavam em pânico, a ADA recuavam, mas depois voltavam a dominar o Caju.
Às vezes os traficantes do Caju subiam até a Vila do João (TCP) na Maré e trocavam tiros com os traficantes do Astronauta, mas nade, além disto, e depois recuavam para o Caju novamente.
Conexão Maré e Camará
O Astronauta administrava as comunidades do Facão perfeitamente, mas sempre contava com ajuda do traficante Matemático, chefe do tráfico em Senador Camará, na zona oeste da cidade.
Diziam que Matemático tinha participação em algumas bocas de fumo da Maré, por ter ajudado o Facão a expulsar os rivais que na época dominavam a Maré.
Era comum ver o Matemático no Complexo da Maré aos fins de semana, ele subia até a zona norte escoltado por mais de 20 traficantes de carro e motos, passava o fim de semana e depois descia até a Zona Oeste.
O Astronauta o tratava como um verdadeiro pai, e o respeitava dá mesma intensidade que o Facão.
Voz da Facção TCP
O Astronauta tinha virado a voz do Terceiro Comando Puro nas ruas, pois outras comunidades que eram TCP sempre pediam ajuda com armas e abrigo na Maré, e prontamente eram atendidos pelo Astronauta.
Comunidades como Acari, Amarelinho, Serrinha, Para-Pedro, Dendê, Fumacê, Muquiço e entre outras, o respeitavam muito, e sempre era convocado para mediar às reuniões da facção. Tinha um império lucrativo, com homens, armas e drogas, ninguém queria ir contra a Maré!
Comunidades como Acari, Amarelinho, Serrinha, Para-Pedro, Dendê, Fumacê, Muquiço e entre outras, o respeitavam muito, e sempre era convocado para mediar às reuniões da facção. Tinha um império lucrativo, com homens, armas e drogas, ninguém queria ir contra a Maré!
Morte do Matemático
Quando Matemático morreu em 2012, o Astronauta perdeu um homem de confiança, que o ajudava muito na administração da Maré.
Por tentar impor em Senador Camará as ordens que o Matemático deixou ao Facão, o Astronauta começou a ser odiado pelo TCP da Coréia, porque ninguém queria receber ordens de um traficante que não era cria da comunidade.
O único traficante que apoiou suas tentativas foi o traficante Flamengo, que nessa morte do Matemático ganhou o controle da Vila Aliança, comunidade que faz parte de Senador Camará.
Por tentar impor em Senador Camará as ordens que o Matemático deixou ao Facão, o Astronauta começou a ser odiado pelo TCP da Coréia, porque ninguém queria receber ordens de um traficante que não era cria da comunidade.
O único traficante que apoiou suas tentativas foi o traficante Flamengo, que nessa morte do Matemático ganhou o controle da Vila Aliança, comunidade que faz parte de Senador Camará.
Umbigão ou Barriga |
Como estavam desconfiando que os bandidos Umbigão e o Professor tramaram a morte do seu chefe em Camará, a facção deu aval à morte do Umbigão, e foi cumprida pelo traficante conhecido como Parruda da Vila Aliança, o principal lugar que Umbigão tinha problemas!
Mas nem todos da facção concordaram com essa briga em Camará. Uma das comunidades que não foi a favor, foi o Morro do Dendê na Ilha do Governador, que é controlada pelos traficantes Fernandinho Guarabu e seu comparsa Gil.
Mas tudo foi acertado!
Briga no morro do Estado em Niterói
Em Niterói estava acontecendo uma briga interna no tráfico do Morro do Estado.
Para contornar essa situação o Astronauta se envolveu nesse conflito, e abrigou o traficante conhecido como Anão, ele era suspeito de querer colocar outra facção no Morro do Estado.
Essa situação gerou um desconforto na facção, pois traficantes do TCP da Maré foram até o morro do Estado e tentaram expulsar o TCP do Estado, por causa dessa briga interna e por ter abraçado a situação do Anão.
Para acabar com essa guerra interna, uma reunião foi realizada na região de Acari entre os chefes do morro do Estado, e concordaram devolver o morro para o traficante Anão.
Com tudo resolvido, novamente o Astronauta ficou mal visto na facção, pela atitude que tomou contra o morro do Estado, pois não buscou averiguar e falar com as partes, e ficou do lado do Anão e seus comparsas. (Essa história é bem complicada de explicar)
Caso Jogador Bernardo
Quase o Astronauta tem o seu nome nas capas de jornais, caso executasse o jogador Bernardo, que na época jogava pelo Vasco da Gama.
A história depois de tantas versões foi essa..
Bernardo seria um frequentador dos bailes no Complexo da Maré e sempre ia com outros jogadores que foram criados na comunidade.
Já chegaram a dizer que o Bernardo era amigo do Astronauta, e o traficante já chegou a emprestar dinheiro para o jogador.
Mas nem tudo foi um mar de rosas na amizade dos dois.
Em um dia de baile que o Bernardo estava, homens do Astronauta disseram á ele que a Dayana Barros Rodrigues – uma das suas namoradas – estaria dando em cima do jogador.
O traficante ordenou que capturassem o Bernardo e sua namorada para uma explicação. Ambos foram levados até uma casa na Vila do Pinheiro.
O traficante pediu explicações, mas nenhuma o convenceu e começou a sessão de tortura com o jogador e sua namorada.
Quando os jogadores Charles e Wellington Silva – crias da comunidade – souberam desse caso, correram até o local que estava acontecendo à tortura e convenceram o Astronauta a não matar o jogador.
O traficante ouviu e liberou o jogador, mas a sua namorada não saiu ilesa, tomou dois tiros na perna.
Depois dessa história o traficante virou chacota entre os rivais, que deram o apelido de “Tufão”, um personagem de uma novela da rede Globo.
UPP na Maré e Guerras
Com anúncio da entrada de uma UPP no Complexo da Maré o Astronauta começou a mirar outros redutos para invadir.
Depois das festas de fim de ano, o traficante patrocinou a guerra que estava acontecendo entre a Serrinha e o morro do Cajueiro, e ajudou com homens e armas o chefe da Serrinha, o traficante Wallace de Brito Trindade ou conhecido como Lacosta.
A intenção era tomar o Cajueiro, Congonha, Vaz Lobos e Faz Quem Quer, e formar um complexo de Madureira, que poderia ser um abrigo perfeito depois da instalação da UPP na Maré.
A guerra durou dias e chegaram até tomar o morro da Congonha, mas dias depois foram expulsos pelo Comando Vermelho, frustrando as tentativas da facção.
A mídia começou a bater em cima dessa guerra e os ânimos esfriaram por parte do Terceiro Comando Puro.
Guerra na Vila Kennedy e desgastes
Aproveitando uma briga interna que estava acontecendo no Comando Vermelho da Vila Kennedy, o Astronauta ordenou que os traficantes Zembreão e Playboy (ex-VK), recrutassem os traficantes que estariam com problemas com a sua facção na Vila Kennedy, para depois invadir e tomar a comunidade.
O traficante Fabinho Noronha, Rô, Vaspa, Arley e entre outros trocaram de facção apadrinhados pelo Astronauta, e começaram a arquitetar uma invasão na Vila Kennedy na mesma semana.
Com base na Vila Aliança, os traficantes do Terceiro Comando Puro liderado pelo Noronha, travaram dias de guerra na Vila Kennedy, chegando a ficar instalado na parte Sul da comunidade, mas por pouco tempo. A guerra foi para mídia, a policia começou a ocupar a Vila Kennedy e os traficantes do TCP tiveram que recuar.
Sabendo de todo problema que daria caso não invadissem a Vila Kennedy, o traficante Facão (líder da Maré) deu uma ordem expressa, dizendo que não abrigaria os traficantes da Vila Kennedy em seu reduto.
A ordem era “ou toma ou rala”. Uma queima de estoque estava premeditada já.
Muito menos os traficantes da Coréia e da Vila Aliança queriam pagar essa conta, e também disseram que não queriam os antigos rivais em seu domínio, pois não confiavam neles, por estar em um número grande em Camará.
A conta ficou para o Astronauta, ele teria que resolver esse problema!
Com a Coréia e a Vila Aliança sofrendo na mão dos policiais, pois foi um reflexo das invasões mal sucedidas, os traficantes de Camará estavam desconfiando que estivessem sendo entregues por outros traficantes, pois nas operações perdiam armas, drogas e soldados.
A dúvida estava em cima dos traficantes da Vila Kennedy que estavam em Camará.
Problema Resolvido
Depois de uma reunião “tensa” no morro do Dendê na Ilha do Governador, os traficantes da Coréia e da Maré estavam saindo da Ilha em carros, mas estranhamente a policia ficou sabendo dessa saída dos traficantes e capturaram somente os traficantes de Senador Camará.
Foram capturados chefes, gerentes e soldados, só a alta hierarquia de Camará.
Desconfiaram que o Astronauta teria “dado” os comparsas de Camará, para depois tomar a comunidade para ele, junto com Zembreão e Playboy, gerentes gerais da favela do Sapo em Camará.
Sem reunião e sem avisar, os traficantes da Coréia armaram contra Zembreão, Playboy e Noronha, e executaram os três e jogaram na frente do Morro do Santo André, que pertence ao Comando Vermelho.
Zembreão, Noronha e Playboy executados |
Mas nada foi confirmado!
Situação desconfortável
O Astronauta não gostou das mortes dos três traficantes, mas também não procurou arrumar conflitos com Camará, pois já estavam olhando com “maus olhos” o chefe da Maré.
Não queria colocar o Astronauta na “bola” como traidor, por apoiar os três traficantes que foram mortos, mas não queriam que ele desse ordens nas comunidades de Senador Camará, e o pedido mediado pelos traficantes do Morro do Dendê, mas não sabemos a decisão que foi dada!
Atualmente
Com as guerras de Madureira e de Bangu nas costas, o Astronauta é um dos homens mais procurados do Rio de Janeiro.
Com relação a sua posição no Terceiro Comando Puro, ele continua dando as ordens nas comunidades do Complexo da Maré, mas parece que não é mais a “voz” da facção nas ruas.
Por causa de todos os conflitos internos que foram gerados com o tempo.
*Atualização 26/03/2014
Depois do anuncio da ocupação no Complexo da Maré, o Menor P começou a adequar as suas comunidades de acordo com o ritmo da pacificação.
Tirou os fuzis e colocou pistolas e radinhos nas mãos dos seus traficantes.
Sem nenhuma explicação convincente, ele foi capturado pela Federal em um apartamento de luxo em Jacarepaguá, na zona oeste.
Muitos dizem que o Menor P se entregou para policia, e seria um jogo estratégico de sua facção, porque o traficante era um dos nomes mais caçados do Rio de Janeiro.
Com o tempo e por algumas desavenças entre o líderes que restaram no Complexo da Maré, o Menor P foi perdendo seus lucros nas bocas da Vila do Pinheiro e do João.
Mesmo detido, o traficante TH que lidera a Baixa do Sapateiro, continua sendo o seu homem de confiança.
Caso tenha alguma informação para complementar esse texto, deixe no campo dos comentários abaixo.
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